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  Abracei-me a ele como se ele fosse a criatura mais frágil deste planeta porque naquele momento, acho que o era. Segurei-lhe a mão como se fosse a âncora dele porque não suporto vê-lo afundar-se e limpei-lhe as lágrimas com todo o cuidado porque qualquer movimento brusco era suficiente para o abalar.

  Fico estupefacta ao constatar que por mais tempo que passemos separados, sem olharmos nos olhos um do outro, ele continua a ser o ser humano mais bonito e mais parecido comigo que eu alguma vez conheci.

  Sinto falta dele, sinto falta daquilo que fomos e de tudo aquilo que podíamos ter sido mas que por maldade do destino não fomos. Sinto falta de ser o porto seguro da alma dele e de ser o corpo onde ele encontra alguma tranquilidade. Sinto falta de quem era perto dele, era uma alma jovem e sem medo de nada. Agora não passo de átomos gastos e cheios de feridas que ficaram por sarar. Dizer-lhe adeus foi a decisão mais difícil que alguma vez tive de tomar e é uma palavra que ainda hoje me dói porque ele nunca se foi embora de verdade e duvido que algum dia vá. Parte de mim foi com ele quando nos despedimos e a outra anda por aí perdida, há espera que eu a encontre…

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