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  Mais uma noite de insónias, mais uma noite sem ti, mais uma noite vazia. Depois de pensar um pouco sobre este assunto, cheguei à conclusão (que já não me era desconhecida), de que amar-te e ser amada por ti foi o maior privilégio que tive até hoje. E conclui também que amar-te e deixar de ser amada por ti foi a maior onda de destruição que o meu coração sentiu até hoje.

  A verdade, é que eu já não estou a conseguir suportar esta mistura de sentimentos. Uma vez disseste-me que tudo o que soubeste fazer foi partir-me em pedaços mas, embora isso seja verdade, és o único que me consegue pôr inteira de novo. Cada vez mais passo mais noites em branco a pensar em todas as palhaçadas que vivemos, cada vez mais sufocos no choro a pensar em todos as lágrimas que me limpaste. Cada vez mais menos de mim.

  Já não há bebida que trema a tua voz na minha cabeça nem fumo que desfoque a tua silhueta de tronco nu à luz das estrelas. Nunca tive medo de nada mas se hoje me perguntarem o que é que eu temo, vou responder que o que mais me assusta és tu porque és o único que me desvenda só com uma troca de olhares e com um simples sorriso mexe com todas as minhas células e emoções.

 

  (Deixo de ser um animal racional quando a tua sombra está junto à minha e nos últimos tempos tenho sido tudo menos irracional.)

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